Amigo do esporte,
para que se entenda o momento trágico porque passa o futebol de Campinas, seria necessário um livro, horas ou dias de estudos? Errado. É tão fácil de se entender, está tão evidente, tão escancarado que as pessoas fazem questão de não enxergar.
Como pode em questão de trinta, quarenta anos, um futebol que era tido como o modelo, o exemplo do futebol brasileiro, chegar ao quase fundo do poço? Infelizmente a triste realidade aponta para um único alvo: gestão, organização, planejamento, ousadia, arrojo. E tudo isso se traduz num único responsável: o dirigente.
Partindo-se do princípio de que o "derbi" é considerado um campeonato pelos dirigentes, não dá para se levar as administrações a sério. Que o torcedor pense assim é extremamente compreensível. O torcedor é passional, é emoção pura, é amor. Mas para o dirigente, é um reflexo genuíno de provincianismo, de falta de maturidade, de ausência de evolução total. E isso é facilmente reconhecido a partir do momento em que a Prefeitura sugeriu, aventou a possibilidade de construção de uma arena única para uso das duas equipes e a ideia foi unanimemente rechaçada por ambos os lados.
Para o torcedor, ver o rival caindo pelas tabelas é a glória. Mas para o dirigente a visão tem que ser diferente. Quanto mais forte estiver o rival, maior é a vontade de se igualar e até ultrapassá-lo. A consequência disso é a queda avassaladora do futebol de ambos.
Guarani e Ponte Preta hoje têm times que não conseguem mostrar em campo a grandeza do que foram e são essas equipes. Times ruins, péssimas contratações, dívidas enormes, reformulações sofríveis são alguns dos motivos para a ausência do torcedor nos estádios.
Ele está cansado de sofrer, de ver tanta lambança, tanta incompetência, tanto descaso para com ele. O dirigente hoje em sua grande maioria ou quase totalidade, exerce o cargo para estar em evidência, para aparecer.
São raros aqueles que se dedicam de verdade ao clube. O Red Bull sediava seus jogos no Majestoso. Mas acabou fazendo acordo com o Bragantino. Por que será? O orgulho de alguns dirigentes impede que o clube procure os "grandes" da Capital para reforçar o elenco com jogadores que, talvez não sirvam para o trio de ferro mais o Santos, mas que na Ponte ou no Guarani serviria perfeitamente.
É lamentável que a incompetência reine entre os dirigentes do futebol de Campinas. Confesso que temo pelo pior. Não com relação ao futebol paulista. Aliás, deve riam tomar como exemplo o Mirassol, o Ituano, equipes que se modernizaram e com estrutura vem conseguindo bons resultados.
Temo pelo Brasileiro da série B que começa mais cedo esse ano. E com esses times, vejo com muita preocupação até a permanência na série B. Muito triste. Onde o futebol de Campinas vai parar, eu não sei. Só sei que o fundo do poço é logo ali! Até mais!
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