Opinião objetiva - Ou oito ou oitenta

Amigo do esporte,

há mais de vinte anos acompanho o futebol de Campinas. Trabalhando em grandes rádios e frequentando os estádios das duas equipes. Exceção feita às décadas de sessenta, setenta e oitenta, jamais houve equilíbrio entre Guarani e Ponte Preta, Ponte Preta e Guarani.

Desses tempos para cá, sempre um está por cima e o outro por baixo. Raramente vemos os dois em um mesmo patamar. Para não ir muito longe, na Série B do ano passado, o Guarani fez uma bela campanha. Chegou a dar fila de que conseguiria o acesso a Série A desse ano. E a Ponte Preta brigou desde o início até o final para não cair para a Série C.

Pois bem, diante desse quadro, a grande maioria da imprensa campineira acreditava que num grupo muito difícil do Campeonato Paulista, onde as duas equipes têm a companhia de Palmeiras e Água Santa, o Guarani iria brigar pela classificação a fase subsequente, e a Ponte Preta brigaria para fazer um campeonato sem sustos.

Isso porque além do espelho da Série B do ano passado, o Guarani fez um investimento maior no elenco. Perdeu jogadores, mas trouxe bons substitutos e acreditava-se que com os reforços o Bugre brigaria pela classificação.

Já a Ponte, vivendo crise interna, sem dinheiro e com poucas contratações, não gerava expectativa positiva. Ao contrário, temia-se até pelo rebaixamento. Pois está acontecendo exatamente o inverso.

A Ponte Preta briga pela classificação no seu grupo, estando a um ponto do segundo colocado que é o Água Santa. E o Guarani luta desesperadamente para não cair para a Série A2 do Campeonato Paulista.

Só o futebol pode proporcionar isso. E voltando ao desequilíbrio, atualmente tem sido assim. Um lá em cima e o outro aqui embaixo. Ou Oito ou Oitenta. Isso é muito ruim. O ideal seria duas equipes fortes. Até pela enorme rivalidade entre elas. Mas infelizmente isso está difícil de acontecer. E não há perspectiva para tal. Quem sabe aconteça um milagre com a volta dos áureos tempos do futebol de Campinas. É torcer muito e aguardar. É o que nos resta! Mas tá difícil. Muito difícil. Até mais!