Amigo do esporte,
essa semana retratou exatamente o estágio em que se encontra o futebol brasileiro. Apesar do Santos ter conseguido com facilidade sua vaga para a fase de grupos da Libertadores, dois dos chamados "gigantes" do nosso futebol não obtiveram sucesso diante de seus adversários. E ao nos depararmos com o nível dos adversários, chegamos àquela velha conclusão: nosso futebol está cada vez mais pobre.
O Grêmio enfrentou o Independiente del Valle em sua arena jogando por uma vitória para se classificar ou por um gol (se vencesse por 1x0) ou por dois desde que tomasse um gol, para a fase de grupos da Libertadores. E o Grêmio acabou perdendo novamente, pois já tinha perdido o primeiro jogo, pelo mesmo placar e de virada. Embora eu tivesse acreditado a princípio que o Tricolor subestimou o adversário, vendo o jogo depois percebi uma nítida superioridade do time do Equador.
Chegou mesmo a ficar por dois minutos trocando passes, sem que nenhum gremista tocasse na bola. Foi uma prova inconteste da decadência de nosso futebol. Um Grêmio dominado pelo "modesto" Independiente del Valle. Em outros tempos, com todo o respeito ao clube do Equador, seria presa fácil para o Tricolor.
E no mesmo dia, o Palmeiras enfrentou o Defensa y Justicia pela Recopa Sul-Americana. Depois da vitória na Argentina no Nuevo Gasômetro, a vitória no Mané Garrincha era contada como certa. Alguns até apostavam em goleada. Pois o time argentino venceu o Palmeiras no tempo normal, forçou a prorrogação e após empate no tempo adicional eliminou o Palmeiras nos pênaltis ficando com a Copa. E o Palmeiras ainda foi pior. Venceu na Argentina e jogava por qualquer empate ou nova vitória.
Duas das principais equipes do nosso futebol sucumbiram diante de equipes modestas. Fosse um Boca Juniors, River Plate, Peñarol, Nacional, equipes que longe de encantar atualmente, mas com história, com camisa forte, embora não fosse justificativa, mas seria mais aceitável. Tenho dito repetidas vezes que o nosso futebol está no fim. Não bastasse o declínio técnico, a irresponsabilidade e estrelismo de nossos jogadores e a incompetência de nossos dirigentes, a pandemia afastou o público dos estádios.
Com isso, o futebol ficou frio. E se já estava abandonado por boa parte de torcedores, agora então está jogado às traças. Eu ouso dizer que, mais um ano sem público nos estádios (o que é muito provável), o futebol corre o risco de perder seu reinado quanto a preferência popular. Pelo menos o brasileiro. É muito triste em uma mesma semana e no mesmo dia assistirmos duas derrotas tão clamorosas. Enfim, é o retrato do futebol brasileiro na atualidade. Até mais!
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