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  • Foto do escritorJota Jorge

Opinião objetiva - O que aconteceu com a humanidade?

Amigo do esporte,


Nos últimos anos venho me perguntando todos os dias, o que aconteceu com o ser humano. Procuro uma explicação plausível para tanta transformação. Está certo que os tempos são outros. A modernidade avança a passos largos, o ritmo do dia-a-dia é outro, a informação chega em segundos, etc

Mas ainda assim, tento entender de que forma tudo isso interferiu no comportamento do homem. Quando garoto, me lembro dos vizinhos com as cadeiras na calçada conversando por horas a fio, enquanto nós, crianças, brincávamos na rua. Não havia temor de sequestro, rapto, estupro, assalto, violência.

Me lembro que tínhamos férias no mês de julho inteiro. E apesar do frio (até as estações climáticas eram bem definidas), as crianças viviam na rua só aparecendo em casa pra almoçar e já ao anoitecer para tomar banho e jantar. Depois outras férias em dezembro que durava até fevereiro. Essa sim era uma delícia. Calor, a roupa era um calção. Sapato, nem pensar. Descalço, topando o dedão jogando bola. E era uma gostosura. Havia cumplicidade não só entre as crianças, mas principalmente entre os homens.

Os vizinhos eram mais humanos. Eram amigos. Tinha almoço aos domingos depois de assistir uma pelada nos campos de várzea, que aliás estão em extinção. Não se tinha tanta pressa, tanto medo. Já na adolescência, muitas noites em bailinhos de garagem, em clubes, em padarias (a Sagres na Vila Mariana era minha preferida), em bares, sempre com amigos. Bebíamos, comíamos, sorríamos muito, curtíamos cada momento sem qualquer temor.

Já na alta madrugada, no caminho de casa, padarias e bares abertos ao longo das 24 horas do dia, era comum de se ver pão e leite de litro nas portas das casas. E a não ser por traquinagem, ninguém pegava. Era obrigação tomar a benção dos pais e dos parentes mais velhos, assim como chamar o pai de senhor e a mãe de senhora. O cumprimento era obrigatório por educação.

"Bom dia", "boa tarde" e "boa noite" era uma constante. Tudo se passava sem pressa, absorvendo cada segundo, cada minuto com um prazer enorme. Tudo era mais fácil. alimento barato, combustível barato, remédio barato. Como se vivia bem.

Quando se sabia de um caso de violência era para ficar abismado, diferente de hoje em dia onde a cada dia acontecem barbaridades e, lamentavelmente, às vezes nem damos importância, tamanha banalidade. A mente não era poluída. Tinha apelido de montão. E nunca houve briga por causa disso. Nunca ninguém censurou alguém por isso. Era outro clima, outra época, época da amizade pura e verdadeira. De um sentimento que a cada dia desaparece mais e mais. Sentimento de fraternidade.

Hoje está tudo mudado. Somos autênticos robôs, quase sem sentimentos, lutando desesperadamente para sobreviver em meio a tanta violência, tanto desprezo, tanta competição. Trabalho, trabalho e trabalho. Pensamos o tempo todo em uma maneira de ganhar dinheiro para viver bem. Tudo muito caro, salários irrisórios e uma competição louca no mercado de trabalho.

Hoje vivemos para sobreviver. Antes vivíamos de verdade. É lamentável como o homem mudou. Com toda a evolução da tecnologia, o homem acabou involuindo. É comum hoje o sentimento de ódio brotar no ser humano. Mata-se por um par de tênis, por 10 reais, por uma fechada no trânsito. O racismo impera de uma forma grotesca, brutal, imunda. Preconceitos brotam de pessoas despreparadas e que ao invés de crescerem espiritualmente, seguem o caminho inveja e da discórdia. Esse é o homem de hoje. Que pena! A humanidade se perdeu. A frase de Flávio Migliaccio antes do suicídio é o espelho do homem atual: "A humanidade não deu certo"! Triste! Até mais!

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