Amigo do esporte,
Já faz muito tempo que o futebol deixou de ser uma diversão, um esporte. Saudade do tempo em que se podia ir aos jogos com amigos torcedores de outros times, sentar juntos, curtir de fato o futebol. Rojões, papéis picados, bandeiras, faixas, instrumentos, tudo contribuía para uma tarde ou noite perfeitas para a diversão. O resultado importava? Claro que sim. Porém, nada era mais importante do que a diversão.
A cervejinha antes, durante e depois do jogo, o bate-papo nas barracas ao redor dos estádios, junto com torcedores de outros times, tudo era festa. Se o time ganhava então, a festa era completa.
O que mudou? O que aconteceu para que o comportamento do torcedor mudasse tanto? A grande verdade é que o futebol tornou-se uma válvula de escape. O sujeito vai ao estádio para colocar pra fora todo o recalque do dia-a-dia. E a violência foi se tornando cada vez maior. Brigas entre organizadas, que de organizadas não têm nada, confrontos com a polícia, mortos, feridos gravemente, selvageria, tudo de ruim que possamos imaginar.
Chega-se ao cúmulo de se marcar brigas pela internet. Lamentável. Tudo isso acabou afastando o verdadeiro público do estádio. Aquele cidadão do bem, que tem família e que outrora levava essa família para o estádio hoje não leva mais, e não só não leva a família como também não vai. Sabe-se lá se ele volta pra casa!
O episódio da decisão da Copa São Paulo, vencida com todos os méritos pelo Palmeiras quando um imbecil invadiu o gramado com uma faca, mostra a que ponto chegamos em termos de falta de segurança nos estádios.
Pra que serve aquela revista feita na entrada por policiais? O marginal, o imbecil, o idiota sempre arruma um jeito para ludibriar a autoridade para causar baderna e colocar em risco a vida de um cidadão do bem.
A impunidade fomenta atos como o desse anormal. Cadeia, punição severa são ingredientes indispensáveis para coibir essa violência descabida que assola o futebol hoje em dia. Já não tem mais bandeira porque o mastro das bandeiras se tornou uma arma. Já não tem mais fogos porque ao invés de soltar para cima como se deve, o imbecil aponta para a direção do torcedor adversário. Já não tem mais papel picado porque o idiota ao invés de lançar para cima para festejar a entrada do time em campo, prefere por fogo e colocar em risco vidas. A cerveja nos estádios está proibida já de algum tempo porque a garrafa, ao invés de voltar para o bar, era lançada na cabeça de um torcedor.
Reputo tudo isso a falta de uma política enérgica para combater esses vândalos. Existem câmeras por todos os lados nos estádios mais modernos, pelo menos. Fica fácil reconhecer o bandido.
Por que então não existe ação? Enquanto isso, o futebol que já apodreceu nos bastidores e dentro de campo, está apodrecendo nas arquibancadas com um número considerável de marginais que não pensam em ir ao estádio para torcer pelo seu time. Ele vai pra promover a baderna e espalhar violência. Enquanto isso, sofremos com jogos de torcida única (e mesmo assim um calhorda entra em campo com uma faca) e com a falta de componentes que adornavam o futebol e faziam do jogo um verdadeiro espetáculo. Lamentável! Até mais!
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