Amigo do esporte,
a rivalidade sempre foi, é e será extremamente salutar. Mas somente quando sabe se usufruir dela. Grêmio e Inter possuem uma rivalidade entre as maiores senão a maior do Brasil. Corinthians e Palmeiras são rivais ao extremo. Atlético e Cruzeiro, Bahia e Vitória, Remo e Paysandu e por aí afora.
São rivalidades que arrastam multidões aos estádios, são muito bem exploradas pelos antagonistas. Acima da rivalidade existe o respeito por saber que o adversário é forte e a tradição está em jogo. E por que estou dizendo isso? Porque em Campinas, isso não acontece. Uma das maiores rivalidades do Brasil é o duelo Guarani x Ponte Preta, Ponte Preta x Guarani.
Em outras épocas, era um duelo com grandes jogadores de ambos os lados, casa cheia, respeito mútuo. O torcedor gostava de ver as equipes niveladas em duelos eletrizantes, emocionantes. Hoje tudo está mudado pelos lados da maior cidade do interior paulista. Impressionante como um quer ver a desgraça do outro. Até aí, tudo bem. É muito bom ver o rival com um nível abaixo. Mas no caso, são duas equipes ruins, fracas. E um se diverte com a desgraça do outro.
O torcedor da Ponte vibra com a desclassificação do Guarani na Copa do Brasil. Mas esquece que pode frequentar a série A2 do paulista em 2023. O torcedor do Guarani por sua vez, está torcendo e vibrando muito com a possibilidade enorme de rebaixamento da Ponte Preta.
Creio que cada um deveria olhar para seu próprio rabo. De que adianta ver seu rival ser rebaixado, se seu time também não consegue atingir um patamar de superioridade? Como fica Campinas sem o Derbi? E de que adianta vibrar com a eliminação do rival numa competição que já está eliminado e portanto não tem o que comemorar.
Muitos vão dizer que a paixão está acima de tudo. Concordo! Mas tudo tem um limite. Quando dois rivais estão num patamar e superior, a paixão é justificável. Mas quando os dois estão numa situação melancólica, não há motivo para comemoração da desgraça alheia.
O futebol de Campinas passa talvez pela pior fase de sua história. Dois times ruins, sem dinheiro, sem público nos estádios. Cabe aos diretores dessas equipes pensarem um pouco mais em seus próprios times e tentar se reerguer, e não tripudiar em cima do fracasso alheio. Ambos colecionam fracassos.
É hora de pensar e agir e causa própria. esquecer um pouco o rival e tentar fazer com que seu clube cresça e com isso obrigue seu rival a agir da mesma forma. É o roto falando do rasgado. Enquanto houver essa satisfação apenas com o fracasso alheio, o futebol de Campinas tende a piorar cada vez mais. Com esse pensamento, chego a temer pela participação de Ponte Preta e Guarani na série B do Brasileiro. Infelizmente! Até mais!
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