Amigo do esporte,
o Brasil está (ou estava) disputando o Mundial de Futsal, pois escrevo antes do confronto com o Japão pelas oitavas-de-final. Na primeira fase, enfrentou o Vietnã, a República Tcheca e o Panamá. Fez 18 gols e sofreu 2. Venceu todos os seus adversários. Mas faltou o brilho, faltou o espetáculo.
Goleou o Vietnã, a República Tcheca e o Panamá. Jogou com quem? Adversários fraquíssimos. Tudo bem que fez a obrigação. Mas não foi o Brasil de Falcão. Aquele Brasil que bailava na quadra, que tinha o improviso, a habilidade, a malícia.
Nesse Mundial, o primeiro sem ele, o que se vê em quadra é um time burocrático, sem talento, que não empolga. Um time frio que não arranca exclamação do torcedor, não provoca um suspiro.
A Seleção que nos representa na Lituânia pode até voltar campeã; mas o time de Marquinhos Xavier é um time mais do que comum. Não surpreende. Falta talento, falta habilidade, falta o verdadeiro futsal brasileiro. Sempre tivemos craques no futsal. Jackson, Manoel Tobias, Cacá, Mota Rabelo, Serginho, Sorage, Medina, Douglas, Radamés, Miral e muitos outros. Mas não vejo nessa geração ninguém que possa dar continuidade a essa galeria.
Apesar das vitórias, não inspira confiança. Não nos permite dizer que pelo menos na final vamos chegar. E isso é ruim até para o futebol de campo. A grande maioria dos jogadores habilidosos de campo tiveram como escola o futsal. O pior de tudo é que alguns dos jogadores que estão na Lituânia, nos seus clubes mostram muito mais.
Por que será? Muita responsabilidade? Fuga de características? Modelo de jogo do treinador? De qualquer maneira não vejo hoje alguém que possa nos brindar novamente com grandes jogadas.
Não precisa ser Falcão. Mas precisa mostrar o verdadeiro futsal brasileiro, que até outro dia era o melhor do mundo e fazia com que seus adversários tremessem ao ver a amarelinha. Ou ao ver o Falcão? Não estou pedindo um novo gênio. Falcão e Pelé são incomparáveis e únicos. Não haverá mais jogador com esse talento. Mas gostaria de ver uma seleção mais alegre, mais imprevisível.
É uma pena. Torço para que venha o título. Mas sinceramente acho difícil. O futebol burocrático brasileiro pode tropeçar no caminho. E talvez até muito cedo. Fica nossa torcida pelo título! Até mais!
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