Amigo do esporte, dois treinadores da chamada "velha guarda" vivem momentos antagônicos em suas carreiras. Vitoriosos sim. Com várias conquistas no currículo. Mas o momento de ambos é muito diferente.
Enquanto Felipão após três meses de trabalho no Cruzeiro, ainda que com inúmeros problemas fora e dentro de campo, não conseguiu trazer a Raposa para a divisão de elite do futebol brasileiro, Abelão chegou no Inter sob desconfiança e substituindo um treinador badalado e é líder do Brasileiro.
Apesar de ambos possuírem domínio absoluto dos vestiários, a ausência temporária do futebol fez bem a um e muito mal a outro. Enquanto Abelão conseguiu impor suas idéias ganhando o grupo, impondo sua forma um tanto quanto ultrapassada de ver futebol, Felipão fracassou na missão de promover o Cruzeiro, também com sua forma tão ultrapassada ou mais de fazer futebol. Com certeza muita gente vai argumentar que a fase do Cruzeiro é tenebrosa, o elenco é fraco, os problemas impediram um trabalho de sucesso do Felipão. Verdade. Mas vamos analisar o trabalho de Abelão.
O Inter estava vivendo um momento ruim no campeonato. Tinha perdido Coudet e oscilava muito na competição. Tanto que os quatro primeiros jogos sob seu comando foram dois empates e duas derrotas. E quando todos pensavam que viria a demissão, o Inter reagiu, soma oito vitórias consecutivas e é líder do Brasileiro com enormes possibilidades de conquistar o título.
Além disso, os adversários de Abelão são de nível muito superior aos que Felipão enfrentou. Flamengo, Palmeiras, Atlético MG, São Paulo e por aí vai. Na verdade, Felipão parou demais no tempo.
Após a vergonha dos 7x1, não fez um trabalho que justificasse seu cirrículo. No Palmeiras foi mal. E sempre foi idolatrado no Verdão. E no Cruzeiro foi pior. O time só cruzava bolas, bem ao jeito dele. Apesar do momento infeliz porque passa o Cruzeiro, Felipão tinha obrigação de fazer o time jogar mais.
Enfim, Abelão voltou ao cenário por cima. Ainda que não seja campeão, tem mostrado que seu jeitão antigo de ver o jogo, com muita marcação e velocidade na retomada de bola, tem dado certo de novo e o título seria a volta gloriosa de um "dinossauro" aos tempos modernos. Valeu, Abelão! Boa sorte! Até mais!
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