Amigo(a) do esporte, parafraseando o grande Ataulfo Alves, " eu daria tudo o que pudesse pra voltar aos tempos de criança"! Sempre fui saudosista, porque tive uma vida de sacrifícios mas vivi intensamente. Vivi cada segundo aproveitando, saboreando as brincadeiras, o vento batendo no rosto, a vida de liberdade sem medo de assalto, de violência, o sol queimando a pele, o futebol na rua, o jogo de botão... Enfim, toda brincadeira era deliciosa. E especificamente falando do futebol, como sinto falta do verdadeiro futebol.
Do talento, da malícia, do espetáculo. Como era bom acordar no domingo e saber que ia ver Rivellino, Ademir da Guia, Gérson, Dirceu Lopes, Pedro Rocha, Luiz Pereira, tantos , tantos craques.
Ficava na ansiedade de chegar logo a hora pra ver o desfile desses monstros sagrados. Antes, claro, um futebol de rua pela manhã, depois um jogo de botão simulando o jogo, sempre provocando a vitória do time de coração. Como era bom. Chegava cedo no estádio. Tinha preliminar, tinha bandeira, tinha rojão, tinha batuque. Que festa! O futebol era, de verdade, um espetáculo. Um show. Valia o ingresso literalmente. Só o fato de poder estar com meu pai já era maravilhoso. Esperava o final de semana para poder curtir o "seu Ari".
Depois do jogo, uma passada básica num boteco, ele na cachaça e na cerveja com os amigos, e eu no refrigerante e no salgado. Mesmo na derrota esse ritual era mantido. E já em casa de volta, um lanche e dormir feliz. Assim era meu domingo.
Pacaembu, Parque São Jorge, Parque Antártica, Canindé, Morumbi, não importava. Estávamos lá. Era tudo muito diferente. Se podia torcer ao lado de um torcedor do time rival. Se acontecia um foco de briga, logo se contornava. Se podia xingar a vontade sem ser taxado de preconceituoso.
Afinal, nunca era essa a intenção. Era da boca pra fora. Tudo era levado na brincadeira, sem mi mi mi. Bons tempos. De pureza, de ingenuidade, sem malícia. Muito diferente de hoje. Valeu muito minha infância, minha adolescência. Vivi um tempo maravilhoso. Quer saber? Nunca Mais haverá um tempo assim. Que pena! Até mais!
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