Amigo do esporte,
nem vou comentar o novo vexame de nossa seleção na Copa América. Como diz o título de um dos livros de Gabriel Garcia Márquez, era a "Crônica de uma morte anunciada".
Time ridículo, cheio de estrelinhas preocupadas em secar o cabelo, em se promover, só podia dar nisso. O que eu quero me deter é na postura dos treinadores do Brasil e do Uruguai no confronto entre ambos que acabou eliminando o Brasil nos pênaltis. E foi justamente antes da cobrança dos pênaltis que assisti uma cena deplorável, lamentável, digna de pena.
Enquanto Bielsa estava cercado de jogadores do Uruguai, no meio de um círculo dando ordens e falando palavras de coragem e incentivo para a decisão, eis que aparece o Brasil na tela. E que tristeza. Os pseudo craques reunidos em um círculo e Dorival do lado de fora pedindo permissão para falar.
Meu Deus! Aquilo me deu náusea. Foi e é o retrato exato do nosso futebol. Jogadores ridículos convocados por empresários e patrocinadores tendo como comandante um treinador escolhido a dedo pela CBF para aceitar todos os desmandos fora e dentro de campo.
Sem moral para questionar, repreender e mesmo comandar a seleção, Dorival é um fantoche nas mãos da CBF. Enquanto Bielsa exibe toda sua autoridade diante de um currículum invejável de passagens por seleções e clubes de primeira grandeza, fazendo com que os jogadores o respeitem e ouçam com atenção suas recomendações, Dorival é um mero joguete nas mãos das estrelinhas.
Após mais um fracasso, o presidente da CBF reafirmou a confiança no treinador mantendo-o no cargo. Claro! Não podia ser diferente. É a pessoa certa para dizer amém a todas as ordens dos que comandam a seleção. E aí incluo patrocinadores e empresários.
Pobre futebol brasileiro. Acabou. Ninguém mais nos respeita. Não vejo perspectiva alguma para que esse cenário mude. Creio que a única saída para nos livrarmos dessa agonia seria a ausência numa Copa do Mundo. Nós que sempre estivemos presentes e detemos a maior quantidade de títulos.
Uma ausência inédita talvez faça com que essa podridão se dissipe. Quem sabe não teríamos uma outra direção. Quem sabe teríamos uma nova mentalidade, um novo tipo de gestão mais profissional. É o que nos resta para torcer. Porque torcer para nossa seleção não dá mais! Até mais!
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