Amigo do esporte,
a décima primeira rodada o Brasileiro da série A foi marcada por violência na Vila Belmiro e em São Januário. Mais uma vez os protagonistas foram os marginais das torcidas organizadas. Digo pelos marginais porque existem pessoas de bem nessas torcidas. Mas os marginais parece que dominam e promovem a violência sob custódia da impunidade. A Vila Belmiro já foi palco de outras cenas lamentáveis. E coincidentemente em outro jogo do Santos contra o Corinthians, quando Cássio foi agredido por um invasor e não fosse Marcos Leonardo, e o goleiro poderia ter sofrido uma contusão séria.
Dessa vez jogaram bombas e sinalizadores no gol defendido pelo goleiro, o que gerou conflito e preocupação com a segurança dos jogadores dos dois times. O árbitro teve que encerrar o jogo antes do tempo regulamentar por falta de segurança. Em São Januário, o cenário n ão foi diferente. Carros de jogadores depredados, tentativa de agressões num cenário aterrorizante.
O STJD penalizou provisoriamente os clubes com 30 dias de proibição da presença de torcidas como mandante bem como visitante, até que se julgue os acontecimentos. O fato é que casos como esses devem merecer caráter de urgência em sus julgamentos.
Na Vila, por exemplo, não é a primeira vez. Apesar de todo o romantismo que possui, o templo do futebol onde surgiu Pelé, é nítido que não tem mais condição de abrigar jogos importantes. Sua estrutura é arcaica, ninguém tem segurança para trabalhar lá.
Time visitante, arbitragem e até imprensa tem muita dificuldade com relação a segurança. E por incrível que pareça, ela continua tendo jogos que não tem condição de suportar. Já passou da hora de se interditar definitivamente a Vila para grandes jogos. E São januário também. Não se pode admitir agressão a quem está trabalhando e promovendo espetáculo. Por pior que seja, não dá o direito do marginal de agredir, e coagir o jogador.
É lamentável que até agora nenhuma medida tenha sido tomada. Talvez estejam esperando que uma tragédia maior seja consumada. Quem sabe com morte de alguém ou alguns. Lamentável. O que se vê hoje com relação a perseguição a jogadores é inadmissível. O jogador hoje é refém da torcida. Não tem o direito de sair para jantar, para se divertir quando o time está mal. É obrigado a ficar confinado, preso em casa.
Que absurdo! Que vergonha! Ninguém tem o direito de tolher a liberdade de quem quer que seja. Se o time está mal, o jogador sai com a esposa, com a namorada e é pressionado, ameaçado, agredido. O papel do torcedor é importante no estádio. Para incentivar e até para reclamar. Xingamento, vaia, normal. E só.
Aliás, o torcedor do bem faz isso. O verdadeiro torcedor não vai ao CT coagir jogador, não invade o gramado, não solta bombas ou sinalizadores no campo de jogo, não persegue o jogador fora das quatro linhas fiscalizando e intimidando. Algo precisa ser feito com relação as organizadas.
Os clubes precisam tomar providência urgente, antes que uma tragédia ocorra. Pelo fim do financiamento de ingressos, viagens e carnaval. Pelo fim das regalias. Que deixem de ser reféns desses marginais. Lugar de torcedor é na arquibancada e só! Até mais!
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