Amigo do esporte,
percebemos que estamos com a idade avançada em diversas situações. Por exemplo, quando vemos nossos filhos casados, trabalhando, responsáveis. Chegamos a não acreditar como o tempo passou tão depressa. E quando vemos nossos netos crescendo dia após dia, então? É impressionante! Quando você completa anos de casado(a) é pra deixar a gente com a pulga atrás da orelha, não é? A mesma coisa quando você curtiu um campeonato de seu time e percebe que já faz um bom tempo que isso aconteceu. Digo tudo isso porque existe outro fator que nos faz lembrar de nossa idade.
A medida em que nossos ídolos se vão, nos atentamos para o período que já passamos aqui. Eu, por exemplo, tive e tenho muitos ídolos no esporte. Tem gente que reprova veementemente o culto de ídolo. Eu tenho, sim, vários deles. Mas só nos damos conta quando já não os temos entre nós.
Um pouco porque não teremos mais oportunidade de ver e ouvir aqueles que admiramos tanto. E depois porque a cada um que se vai nos alerta de que está chegando a nossa hora. Mas o que importa é que vivi uma época privilegiada, recheada de grandes nomes em todos os setores do esporte. Não posso reclamar.
Falo de boca cheia de boleiros excepcionais que vi, de grandes pilotos, grandes tenistas, grandes jogadores(as) de basquete, de vôlei, fantásticos nadadores, os maiores pugilistas da história... Enfim, sou de uma geração privilegiada.
Geração que pode se sentir enormemente feliz por vivenciar tudo isso. Ainda que a idade já pese e que a cada dia estejamos seguindo para o desconhecido. Mas está valendo a pena viver essa época. Claro que o momento que estamos vivendo é muito triste para todos nós. Essa pandemia está judiando, estamos apreensivos, preocupados. Mas isso tudo vai passar.
O que vai ficar eternamente são os momentos que esses atletas nos proporcionaram de felicidade, de prazer, até de incredulidade (não é, Mané Garrincha?), de alegria. Que bom poder ter desfrutado desses momentos. Digo desfrutado porque atualmente não dá pra se apontar gigantes como antes.
Há quanto tempo não fico a pensar: poxa, esse cara é bom, essa menina é boa. Será que essa geração atual de adolescentes e jovens irão cultuar ídolos como nós? Com certeza terão seus ídolos. Mas quais? Em que esporte? Em cima de que feito?
Eu, e acredito que todos de minha idade, não vejo alguém que possa fazer parte de um grupo seleto de ídolo. Mas nós nos acostumamos com o ótimo. O bom até pode ter seus méritos. Mas o que se vê hoje não dá para acreditar um centavo que farão parte da eternidade, como os nossos! Ah, essa idade! Essa nossa idade! Que delícia! Até mais!
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