Amigo do esporte,
a Seleção Brasileira inicia sua caminhada para a próxima Copa do Mundo. Mais pela fragilidade de seus adversários do que por mérito, nossa Seleção deve se classificar. Colecionando fracassos seguidos, perde popularidade e respeito. Tem gente que nem sabe que as eliminatórias vão começar. Isso me remete a tempos idos.
Me lembro em certa ocasião quando era estudante no Colégio Arquidiocesano, saímos do colégio eu, Sakemi, Noel e Bicudo e fomos pro apartamento do Noel assistir Brasil x Tunísia amistoso. Um simples amistoso onde o Brasil goleou (naquela época golear era comum) por 6x1.
Podem acreditar, a cada gol do Brasil espoucavam fogos. Era uma gritaria danada. Era um tempo em que a Seleção tinha identidade com o povo. Composta por jogadores que atuavam aqui no Brasil, existia uma empatia muito grande. Os jogadores se dedicavam, se empenhavam porque viviam aqui e sentiam prazer de vestir a camisa mais respeitada do mundo na época.
Sem falar na qualidade dos jogadores. Mestres, talento puro. Sem frescura. Chuteiras pretas, cabelos normais, muito samba no ônibus, sem munhequeiras, sem aparatos. Era só futebol. Me lembro que ao terminar o jogo saímos às ruas e vimos vários carros com bandeiras comemorando a vitória num simples amistoso.
Pois é! Aquilo era Seleção. Que saudade! Mas voltemos aos tempos atuais. O que mudou para que a Seleção fosse tão desprezada como está? Por que se perdeu tanto interesse? Qual o motivo pra tanto desprezo a ponto de ter torcedor que nem sabia do início das Eliminatórias? Simples. Essa Seleção de uns tempos pra cá perdeu o vínculo com o torcedor.
O fato da grande maioria dos jogadores atuarem fora do país contribui muito pra isso. Alie-se a esse fato o desinteresse de alguns atletas em vestir a camisa "Canarinho". Some-se também, a falta de qualidade e a soberba de alguns com seus penteados, chuteiras coloridas, fones de ouvido, munhequeiras e outros aparatos. E para finalizar, o endeusamento por parte de alguns colegas de imprensa a jogadores medíocres sendo rotulados de craques, tudo isso contribuiu para esse distanciamento e desinteresse.
Pobre Seleção Brasileira! Parafraseando Chico Buarque: "Quem te viu, quem te vê"! Um arremedo de time. Um bando de jogadores que colocam o interesse próprio acima do coletivo. Jogadores medíocres que naquela época nem banco seriam. E agora estamos nas mãos, ou melhor nos pés desses pés-de-rato que se julgam soberanos.
Geração perdedora, sem brio, sem coragem, sem futebol. Enfim, vamos lá, Brasil! Eu já fui "Pacheco" (lembram desse personagem?). Muito "Pacheco". Mas hoje sou um simples espectador crítico e áspero por ter sido privilegiado em ter tido a oportunidade de ver craques, monstros sagrados, homens de verdade desfilando talento pelos quatro cantos do mundo.
Tomara que eu queime minha língua. Mas essa geração está fadada ao fracasso pela falta de personalidade e ambição. Tomara que eu esteja enganado. Vamos lá, Brasil! Até mais!
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