Amigo do esporte, Gilmar Lima do Nascimento, ou simplesmente "Gilmar Fubá" era a simplicidade, a ingenuidade em pessoa. Cria da base do Corinthians, Fubá durante cinco anos, de 1995 a 2000, defendeu o clube de seu coração conquistando 3 Campeonatos Paulistas, 2 Brasileiros e 1 Mundial.
Gilmar Fubá era o típico jogador querido por todas as torcidas. Não conheço ninguém que não tenha tido simpatia por ele. Todos riram muito com suas histórias maravilhosas. Uma resenha imperdível. Fubá era a humildade em pessoa. Chegava tímido, quietinho. Aos poucos se soltava e de repente era o dono do pedaço.
Sorriso largo, um papo cativante, engraçado, nunca ninguém o viu triste, cabisbaixo. Mesmo muito doente e no final da vida sempre tinha um sorriso e exalava otimismo. Fubá foi embora. E com ele boa parte do folclore do futebol.
As resenhas nunca mais serão as mesmas. As histórias perderam um pouco a graça. O futebol perdeu um brucutu idolatrado, querido. Saudade das "botinadas". Saudade das pisadas na bola. Saudade da língua presa falando da origem de seu apelido. Sua mãe dava mamadeira de fubá. E para que ele fique sempre na lembrança de todos nós, principalmente de quem curte o esporteearte.com, vai a melhor de suas histórias. Em uma de suas idas a um supermercado, foi abordado por uma senhora que o interpelou: - Você é o Gilmar Fubá ? - Sou, sim senhora. - Pois vou lhe dizer uma coisa: você disse que sua mãe fazia mamadeira de fubá pra você e que por isso ficou forte, né? - Sim, senhora. - Pois bem. Fiz essa mamadeira para o meu filho e ele ficou uma semana sem fazer cocô. Gilmar foi único. Não havia um lugar em que não fosse que a galera não se deliciasse com suas histórias.
Autêntico, verdadeiro, falava o que pensava doesse a quem doesse. Mas um baita ser humano. Vários episódios marcaram suas resenhas. Sempre com grande humor. Por não caber na garagem de sua casa, fez sua mãe dormir no carro que comprou certa vez.
Essa e várias outras histórias com "h", verdadeiras mesmo. Que contava com a simplicidade que marcou sua personalidade. Fubá, você foi embora. E com você foi um pouco da alegria do futebol.
Moço ainda, contraiu uma doença maldita. Lutou com ela até o fim. Como fazia quando estava em campo defendo o seu Corinthians. Mas, assim como acontecia às vezes no gramado, foi derrotado.
Desta vez uma derrota doída, sofrida, de enorme tristeza. Ah, Fubá! Que falta você já está fazendo. O futebol está feio, chato e triste. E ficou ainda mais triste no último dia 15. Vá em paz, Fubá! Tenho plena certeza de que sua cadeira no céu é cativa. Você mereceu!
Tive muitos ídolos que se foram. Sofri muito por alguns. Mas você, mesmo sem ser de primeira grandeza, até por sua personalidade, vai me fazer uma falta enorme. Paz e luz pra você ! Até mais!
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