Amigo do esporte,
a trajetória de Ayrton Senna no automobilismo é composta só de superação de limites. Aliás, ele mesmo cansou de dizer que seu objetivo, sua lição de vida era de se superar a cada corrida. Desde seu início na Fórmula 1 na Toleman, passando por Lotus, Mc Laren e Williams, sempre teve como meta superar sua performance a cada etapa.
Tri-campeão mundial numa época em que o braço era mais solicitado do que os botões, teve performances inesquecíveis. Uma delas, e talvez a mais marcante foi em 1991 no Grande Prêmio Brasil. Faltando sete voltas para o final da prova, Ayrton percebeu que só tinha a sexta marcha. E foi com ela que, sem mais mexer no câmbio, fazendo curvas e retas só com uma marcha, chegou ao mais alto lugar no pódio, mesmo tendo Ricardo Patrese ao seu encalço. Ao final, mal podia levantar o troféu. E na entrevista coletiva frisou que jamais deixaria escapar a vitória no Brasil.
Grandes atuações em pistas secas e molhadas, não escolhia solo. Buscava poles a cada etapa e vibrava em todas elas como se fosse a primeira. Sua passagem da Lotus para a Mc Laren transformou seu status.
Na Mc Laren, sob o comando de Ron Dennis e tendo Gerard Berger como parceiro atingiu o ápice. Reconhecido como o maior piloto de todos os tempos na época, teve um convite de Frank Williams pra dirigir um carro que tinha a expectativa de dar muitos títulos ainda para Ayrton.
Além da parte financeira e de uma sensível queda nos carros da Mc Laren, Senna topou o desafio por ser uma novidade, uma oportunidade de se desafiar novamente. Mas o destino não colaborou.
Depois de um começo com muita dificuldade para acertar o carro no início da temporada, veio o circuito de Ímola na Itália. Havia uma grande preocupação com o psicológico de Ayrton. Afinal nos treinos do sexta e sábado, Roland Ratzenberger perdeu a vida e Rubens Barrichello bateu violentamente escapando com vida e um acidente bárbaro.
O chefe Frank Williams na tarde de sábado procurou Galvão Bueno, narrador amigo inseparável de Ayrton e comentou com quem ele iria jantar além de Galvão. Era nítida a preocupação de Frank com estado psicológico de Ayrton, abalado com os acidentes.
Galvão respondeu que ele iria correr e ganhar acorrida, uma vez que o carro já apresentava sensível melhora. Mas, infelizmente as coisas não ocorreram como Galvão previa. Apesar dos pilotos tentarem cancelar a corrida, não houve acordo. E na sétima volta da prova na curva Tamburello, Ayrton passou reto e bateu a 300 km/hora, vindo a falecer.
Gênio, mito, herói das manhãs de domingo, Ayrton deixou seu nome cravado eternamente nos anais da F1. Poucas vezes após sua morte, ouvimos o Tema da Vitória. Poucas vezes após sua morte, tivemos comemorações de vitória no pódio.
Jamais vai existir alguém como Ayrton Senna. Não cabe comparação. O brasileiro adora fazer comparações. E por causa dessas comparações no automobilismo, foram crucificados extraordinários pilotos brasileiros. Felipe Massa e principalmente Rubens Barrichello sofreram com essas comparações estúpidas.
Valeu, Ayrton Senna da Silva. Valeu por tudo o que você representou para o Brasil. Você foi a nossa alegria das manhãs de domingo, você foi o maior, você elevou o nome do Brasil nas pistas do Mundo.
Fique bem onde você está agora. Descansando e, quem sabe, matutando em busca de outros desafios em outro plano. Nós te amamos e você nunca será esquecido. Até mais!
Prefiro ter poucos ídolos inesqueviveis, como Ayrton, Pelé, Éder Jofre, Oscar Schmidt, e mais uns poucos do que substituí-los todo ano por novos como fazem nações mais evoluídas no esporte! Idiota, mas a satisfação da lembrança é eterna!