Em 1975, a Rede Globo promovia o Festival "Abertura" para novas composições. Nesse festival surgiram grandes músicas de grandes cantores e cantoras. Participaram desse evento Djavan, Alceu Valença, Carlinhos Vergueiro (ganhador), Walter Franco, Clementina de Jesus, Leci Brandão, Luiz Melodia, Jorge Mautner e muitos outros. Uma das músicas concorrentes era "O Tempo" de Reginaldo Bessa. Cantor, compositor, maestro e produtor musical, Reginaldo Bessa é praticamente um desconhecido do público brasileiro. Porém foi um dos introdutores da bossa nova na América do Norte. Super valorizado nos estados Unidos e Europa, aqui pouca gente sabe quem é. A música "O Tempo" de sua autoria possui uma letra riquíssima que nos faz refletir sobre a vida e a passagem do tempo. Melodia original, arranjo fantástico, merece estar na galeria de "Música de Hoje e Sempre". Para quem não conhece, vai um conselho: curta o vídeo e procure saber um pouco mais desse grande nome de nossa música. Não deixe de ver!
Letra
O tempo não é, minha amiga
Aquilo que você pensou
As festas, as fotos antigas
As coisas que você guardou
Os trastes, os móveis, as tranças
Os vinhos, os velhos cristais
As doces canções de criança
Lembranças, lembranças demais
O tempo não para no porto
Não apita na curva, não espera ninguém
Você vem deitar no meu ombro
Querendo de novo ficar
Eu olho e até me assombro
Como pode esse tempo passar
O tempo é areia que escapa
Até entre os dedos do amor
Depois é o vazio, é o nada
É areia que o vento levou
O tempo não para no porto
Não apita na curva, não espera ninguém
O medo correndo nas veias
Deixou tanta vida pra trás
E a gente ficou de mãos cheias
Com coisas que não valem mais
E fica um gosto de usado daquilo que nem se provou
A gente dormiu acordado e o tempo depressa passou
O tempo não para no porto
Não apita na curva, não espera ninguém
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