"Música de hoje e sempre" traz uma obra fantástica e polêmica. Em 1945, Annibal Augusto Sardinha, o popular "Garoto", compôs somente a melodia de "Gente Humilde". Mestre no violão, só compôs a melodia por achar que seria apenas para ser tocada e bem. Porém, Vinícius de Moraes decidiu colocar uma letra e teve um pequeno auxílio de Chico Buarque construindo uma poesia maravilhosa que só aconteceu depois da morte de "Garoto".
"Gente Humilde" só recebeu o devido reconhecimento depois que Ângela Maria e o próprio Chico Buarque gravaram com a letra. Melodia sensacional, letra maravilhosa com o toque poético de Vinícius, é uma das mais lindas composições de nossa música.
Aqui, uma interpretação inigualável de uma das vozes mais completas do Brasil, Ângela Maria, a "Sapoti", dona de um talento incomparável. Vale a pena curtir essa que é uma "Música de hoje e sempre"!
Letra
Tem certos dias em que eu penso em minha gente
E sinto assim todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Como um desejo de eu viver sem me notar
Igual a como quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem, vindo de trem de algum lugar
E aí me dá uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com quem contar
São casas simples com cadeiras na calçada
E na fachada escrito em cima que é um lar
Pela varanda, flores tristes e baldias
Como a alegria que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza no meu peito
Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu que não creio, peço a Deus por minha gente
É gente humilde, que vontade de chorar
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