O "Conheça o Craque" de hoje faz uma justa homenagem a um dos grandes narradores do nosso país. Trata-se de Januário de Oliveira, o rei dos bordões falecido no último dia 31. Gaúcho de Alegrete, torcedor do Internacional enquanto esteve no Rio Grande do Sul, atuando desde 1952 nas rádios: Farroupilha de Porto Alegre e Cultura de Bagé, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde começou na Rádio Mauá AM e Rádio Nacional AM ingressando posteriormente na televisão trabalhando por onze anos (de 1982 a 1992) na TVE-RJ e posteriormente na TV Bandeirantes, onde transmitia jogos do Rio de Janeiro. E onde também, adquiriu sua segunda paixão, o Vasco da Gama.
Atuou pela Band até 1997, quando por, ter perdido uma vista por complicações de diabetes, acabou iniciando sua aposentadoria não sem antes transmitir pela Rede Manchete a Copa do Mundo de 1998.
Aposentou-se em 1998 indo morar em Goiânia onde estabeleceu residência até recentemente quando mudou-se para Natal onde faleceu. Tinha o poder e a inspiração para criar apelidos aos jogadores que se eternizaram. Referia-se a determinados jogadores sempre do mesmo jeito.
Por exemplo, o jogador Túlio era "Ta, Te, Ti, To, Túlio". Ézio era o "Super Ézio", Valdir Bigode era o "Matador de São Januário", Sávio era o "Anjo Loiro da Gávea", Valdeir era o "The Flash", Charles, lateral do Flamengo era "Charles Guerreiro", o outro Charles atacante do Bahia era o "Príncipe Charles" e muitos outros.
Com muita originalidade e espontaneidade, criou com inteligência vários bordões. Alguns deles: "iiiiiii o Gol" na hora do gol, "Tá aí o que você queria" no início do jogo, "Tá lá um corpo estendido no chão" quando um jogador se contundia, "É disso que o povo gosta, fulano" quando o jogador fazia o gol, "Cruel, muito cruel" elogiando o jogador após o gol, "Sinistro, muito sinistro", quando o jogador ou árbitro cometia uma falha muito grave, "Pintou em cores vivas" quando o jogador perdia uma oportunidade clara de gol, "Acabou o milho, acabou a pipoca, fim de papo" quando o árbitro apitava o fim de jogo, e tantos outros.
Sem dúvida morre com Januário um estilo muito próprio de narrar futebol. Simples, alegre, dinâmico que empolgava realmente. Uma perda considerável e que não terá reposição. Valeu, Januário! Você foi "cruel, muito cruel"!
Comments