Amigo do esporte, o "Conheça o Craque" dessa vez presta mais uma, porque já citamos e mostramos vários personagens desse gênio, homenagem ao fantástico e inigualável José Eugênio Soares, "Jô Soares", o gordo mais amado do Brasil.
Ator, humorista, músico, diretor de teatro, dramaturgo, escritor e apresentador, Jô nasceu no Rio de Janeiro e por ser de família de políticos, tinha como sonho seguir a carreira de diplomata. Bisneto de Presidente de Província do Espírito Santo e da Paraíba no Brasil Imperial, Jô estudou no Colégio de São Bento do Rio de Janeiro, no Colégio São José de Petrópolis e em Lausana na Suíça no período em que morou fora do país. Durante o tempo em que morou na Suíça ganhou o apelido de Joe, diminutivo de Joseph. E de Joe passou a adotar o Jô.
Com um senso de humor fantástico e com uma criatividade absurdamente marcante, logo seguiu para outra direção que não a de diplomata. Jô, além de suas múltiplas aptidões, sempre foi apaixonado por jazz, chegando a ter um programa desse ritmo na extinta Rádio Jornal do Brasil AM do Rio de Janeiro e depois na também extinta Rádio Antena 1 do Rio de Janeiro. Fez sua estréia na televisão em 1956 na Praça da Alegria na TV Record.
Esteve no ar até 2016, e nesses 60 anos nos contemplou com sua cultura, inteligência, capacidade sobretudo sua capacidade de fazer rir com classe, sem apelação tanto na TV, como no teatro e no cinema. Jô sempre conviveu com TOC (transtorno obsessivo-compulsivo). Exemplo disso é de que na sua casa os quadros eram sempre levemente inclinados para a direita.
Poliglota, dominava perfeitamente além do português, o inglês, o francês, o italiano e o espanhol. Católico fervoroso, era devoto de Santa Rita de Cássia e sempre que podia ia a Igreja para orações. Em 2016 foi eleito para a Academia Paulista de Letras ocupando a cadeira 33 que era do escritor Francisco Marins.
Sua morte teve enorme comoção e repercussão em todo o Brasil e no mundo. Apesar de só ter trabalhado nas TVs Record Globo e SBT, essas e as demais emissoras deram ampla cobertura, incluindo em suas programações, programas, quadros e entrevistas com a participação dele. Sem dúvida o Brasil perdeu o último grande talento do humor. E com a morte de Jô, morre também um pouco de nossa cultura.
Um dos maiores talentos intelectuais e artísticos do nosso país nos deixou. E fica a lembrança de sua sagacidade, seus quadros de humor memoráveis onde deu oportunidades a muitos outro s talentos do humor, suas entrevistas sempre com perguntas interessantes e inteligentes, de seus shows fantásticos onde sozinho nos fazia rir de verdade, de seus livros extremamente cultos e claro, do célebre final dos programas: "Beijo do Gordo"!
Pois é, Jô. Você foi um gênio. jamais vamos esquecer desse monstro sagrado de nossa cultura. Merece mais do que ninguém estar aqui na galeria do "Conheça o Craque"! Onde você estiver, Jô, receba essa pequena homenagem como prova de gratidão e reconhecimento de seu insuperável talento. "Beijo no Gordo"! Até mais!
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